"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

O que Fazer Depois de Pregar?

O que Fazer Depois de Pregar?
Dave Harvey

    A conclusão do sermão é um momento perigoso para o pregador. Ele acabou de passar entre 30 e 45 minutos em um dilúvio expositivo, descarregando seu estudo e seu zelo sobre a congregação. As 10-20 horas de preparação para o sermão já são história antiga e ele já entrou em seu carro para voltar para casa. É provável que ele esteja exausto - emocionalmente, espiritualmente e fisicamente. Se você é vocacionado para pregar, você entrega tudo no púlpito. Já passei por isso. E no decorrer dos últimos 30 anos, eu aprendi algumas valiosas lições sobre o que eu devo e não devo fazer depois de um sermão. Aqui estão três lições essenciais:

Espere ser atacado

Pregar é arrumar briga com o Inimigo a cada semana. Paulo disse aos Coríntios: “... aprouve a Deus salvar pela loucura da pregação os que creem” (1 Coríntios 1.21). Isso significa que eles são arrebatados do “príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência” (Efésios 2.2). O ponto que quero enfatizar é que Deus usa a pregação como um meio de mudar as pessoas - arrancá-las do domínio do Inimigo. O lado negro tem uma opinião sobre essa atividade: ela precisa ser parada. Não seja ingênuo em pensar que após entregar a mensagem, você não sairá da mira dele. A preparação da mensagem – com o estudo da Escritura, meditação e oração – tem benefícios de proteção. Depois do sermão, você está tipicamente esgotado e vazio. Em outras palavras, você está vulnerável a um ataque aéreo. A carne também está trabalhando duro. A pregação suscita a tentação. De um lado está o orgulho de como Deus está o usando e do outro, a condenação porque Deus não o está. Além disso, há o problema da própria mensagem, na qual você falou muitas palavras sabendo que “na multidão de palavras não falta pecado” (Provérbios 10.19). Quando os homens pregam, há abundância de falhas. Se você já pregou por qualquer período de tempo, você sabe que toda mensagem tem alguns defeitos. Bem, essas fraquezas se tornam realmente intimas depois da pregação, batendo na sua porta para fazer uma visita. Não abra a porta! Elas irão invadir sua casa, perturbar sua paz e tingir toda a mensagem diante de seus olhos. Você se sentirá burro, condenado, como se o sermão inteiro não prestasse. Há tempo e lugar para tudo debaixo do sol. Avaliar o seu sermão imediatamente depois da entrega fará com que você o odeie. Depois de pregar, você precisa se preparar para os ataques do Inimigo e da carne. Assim como os soldados se preparam para a ofensiva do inimigo, você precisa se preparar para ser atacado. Antes, durante e depois dos ataques, corra para as boas novas do Evangelho. Compreenda que a pregação é sobre o poder da Palavra de Deus, não de suas próprias palavras. Lembre-se que jamais houve um sermão pregado na história do mundo que fosse tão ruim que pudesse drenar o poder da Palavra de Deus. Deus é grande o suficiente para fazer com que as pessoas se lembrem das palavras eternas dele e se esqueçam de suas palavras tolas. Você realmente crê que os propósitos de Deus dependem da qualidade da sua pregação? Não é isso o que você prega. Após a mensagem é sua hora de aplicar a mensagem à sua vida. Depois de pregar, prepare-se para o ataque, lembrando que Deus é maior que os seus erros.

Aquiete a sua alma

Quando você estiver sendo atacado, sua alma estará barulhenta. Pensamentos de acusação darão pancadas na porta da sua mente, exigindo atenção. Ou talvez sejam ideias que inflam o ego, que elevam a sua vaidade às alturas e você acaba pensando sobre si mesmo “além do que convém” (Romanos 12.3). Em momentos assim, você precisa aquietar a sua alma. Aquiete a sua alma confiando a Deus os resultados de seu sermão. Aquiete a sua alma fixando os seus pensamentos em Deus, não em seu desempenho. Se você se sente orgulhoso, lembre-se de que sua mensagem é insignificante, a menos que Deus a faça poderosa. Se você se sente condenado, lembre-se de que a Palavra do Senhor não volta vazia (Isaías 55.11). Seu sermão realizará exatamente o que Deus deseja. Felizmente, você não pode frustrar os bons planos do Senhor! Você precisa ignorar os ataques que está experimentando e fixar sua mente nas coisas do alto (Filipenses 4.8). O melhor conselho para um pregador enquanto ele dirige depois de sair do culto da igreja é: “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus” (Salmo 46.10). Fazer isso mantém tanto as críticas quanto os elogios no lugar certo. Uma vez que você entregou o seu sermão a Deus, descanse a sua mente. Faça algo para se distrair. Eu preciso de pelo menos 2 ou 3 horas para me recompor depois de um sermão. Eu passo esse tempo lendo, assistindo um programa ou até mesmo dormindo. Quando os meus filhos eram mais novos, eu fazia, às vezes, algo com eles que me distraísse e revigorasse. Alguém certa vez disse que pregar um sermão é equivalente a 8 horas de trabalho manual. Não tenho certeza se isso é verdade, mas é, sem dúvidas, assim que eu me sinto! O objetivo é levar seu corpo e sua alma a se recuperarem para que estejam prontos para a próxima mensagem.

Não pesque

Como a pregação incita tanto a acusação quanto a admiração, você será tentado a pescar elogios. Você fará perguntas indutivas projetadas para extrair respostas positivas - uma forma de energético identitário. Eu já fiz isso vezes demais. Há poucas coisas tão superficiais quanto um elogio solicitado, exceto, talvez, quando você está pescando elogios e acaba pegando uma crítica que entorta a sua vara. É útil lembrar que quando vai pescar, você frequentemente não sabe o que pode pegar. O problema mais profundo por trás dessa expedição de pesca é que nós somos muito focados na entrega. Queremos saber que impressão causamos, qual foi a “sensação”, como se houvesse um barômetro para medir o que Deus estava realmente fazendo ou o que fará. Sentimos a necessidade de nos apoiarmos na aprovação e no elogio dos outros em vez de nos confiarmos a Deus. É bom lembrar-se que a maioria dos pregadores recebe mais encorajamento em um mês do que outros profissionais recebem em uma década. Não pesque. E quando o encorajamento vier, transfira a glória para Deus. E, por favor, não ouça o seu próprio podcast, seu próprio sermão. A razão é a seguinte: você é irremediavelmente subjetivo quando se trata de avaliar o próprio sermão. Você dedicou entre 15 e 20 horas à preparação, o que significa que a objetividade saiu da sala há dias. Se você realmente quer ajuda, escolha alguns pregadores experientes e membros confiáveis que não anseiam por sua aprovação e recrute sua ajuda para darem opiniões construtivas. Depois os agradeça por isso, independentemente do que disserem.

Conclusão

Charles Spurgeon, possivelmente o maior pregador dos últimos 300 anos, fez a famosa declaração: “Faz muito tempo que eu não prego um sermão com que fico satisfeito. Eu mal consigo lembrar-me se isso já aconteceu”. E ele era conhecido como “O Príncipe dos Pregadores”! Se Spurgeon se encontrava insatisfeito com seus sermões, é seguro dizer que meros mortais como você e eu nos encontraremos numa posição semelhante. Que estejamos preparados para esses momentos.

Tradução: Francisco Brito
Revisão: Vinicius Musselman

O que é Livre-arbítrio?

O Que é Livre-arbítrio?
“E o SENHOR lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.16,17).

Popularmente, livre-arbítrio é entendido como a possibilidade do homem de fazer escolhas de forma “livre”, ou seja, o homem pode fazer o que quiser, e isso o tornaria livre de qualquer influência, até mesmo de Deus. É como se o Senhor não tivesse nada a ver com as nossas decisões diárias. Porém, o termo livre-arbítrio sob a ótica da teologia e da filosofia é muito técnico e restrito. Sobre o assunto, para o momento, o que nos interessa é o livre-arbítrio relacionado à Soberania de Deus na salvação e como deve ser entendido à luz das Escrituras. Podemos dizer que livre-arbítrio é a capacidade que o homem tem de fazer escolhas que podem ser contrárias ou não à sua natureza. O termo arbítrio diz respeito a julgar, isto é, o homem “teria” a capacidade de avaliar se vai tomar uma decisão contrária à sua natureza ou não, por isso o termo “livre”. Usei o verbo no futuro do pretérito (teria), porque, na realidade, segundo a Escritura, nenhum homem tem livre-arbítrio. O único homem que teve livre-arbítrio foi Adão. É importante entender que o homem foi criado segundo a imagem e semelhança de Deus, ou seja, em retidão e perfeita santidade. Quando o homem pecou, perdeu a condição de “arbitrar” sobre sua vontade, perdeu a possibilidade de escolher entre estas duas alternativas: praticar a vontade de Deus ou pecar. Antes da Queda, o homem poderia obedecer à vontade de Deus e lhe ser agradável por meio da sua própria justiça e santidade. Após a Queda, ele tornou-se incapaz de não pecar. “... pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23). “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12). Medita nestas coisas!

Extraído da revista “Palavra Viva” – Editora Cultura Cristã.

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil no Champagnat
Rua Desembargador Otávio do Amaral, 885 – Curitiba/PR
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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

A Importância da Alma

A IMPORTÂNCIA DA ALMA
“Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?
Ou o que dará o homem em troca da sua alma?” (Mt 16.26).

Nunca esqueça que nada é tão importante quanto sua alma. Sua alma é eterna; viverá para sempre. O mundo e tudo o que ele contém há de passar; embora firme, sólido, belo e bem ordenado como é, o mundo terá o seu fim (2Pe 3.10). O mesmo nunca será dito em relação à sua alma. Eu lhe peço, procure compreender que a sua alma é o que há de mais importante. É a parte da sua vida que deve sempre ser considerada em primeiro lugar. Nenhum lugar ou emprego será bom, se lhe trouxer prejuízo para a alma. Não merece a sua confiança qualquer amigo ou companheiro que considera uma coisa sem importância a preocupação que você tem com a sua alma. O homem que causa danos ao seu corpo, aos seus bens e à sua reputação traz prejuízos apenas temporários. O verdadeiro inimigo é o que procura sempre prejudicar a sua alma. Por que você veio a este mundo? Não foi meramente para comer, beber e satisfazer os desejos da carne. Não foi simplesmente para vestir o corpo e seguir suas paixões, aonde quer que elas o conduzam; ou apenas para trabalhar, dormir, rir, falar, alegrar-se e pensar em mais nada além do momento presente. Não! Você veio por causa de um propósito melhor e mais elevado; foi colocado aqui para ser treinado para a eternidade. Lembre-se, Deus não faz acepção de pessoas. Ele não observa a vestimenta, o dinheiro, a classe social ou posição do homem. “O SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração” (1Sm 16.7). O mais pobre entre os santos, que tenha morrido em um lugar humilde, é mais nobre à vista de Deus do que o pecador mais rico, que tenha morrido em um palácio. Deus não olha para as riquezas, diplomas, erudição, beleza ou coisas semelhantes a essas. Há, porém, uma coisa para a qual Ele olha: para a alma imortal. Ele avalia todos os homens por uma mesma norma, uma mesma medida, um mesmo teste e um mesmo critério, a saber, a condição de suas almas. Acredite, rapidamente se aproxima o dia em que a alma será a única preocupação do homem, e a questão de real importância será esta: “A minha alma está perdida ou está salva?”. Medita estas coisas!

Extraído do livro “Uma Palavra aos Moços” – J.C.Ryle (1816-1900) – Editora Fiel.

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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

O Mistério da Providência

O MISTÉRIO DA PROVIDÊNCIA
“No dia da prosperidade, goza do bem; mas, no dia da adversidade, considera em que Deus fez tanto este como aquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele” (Ec 7.14).

Despertem seus corações para entender os diferentes caminhos das várias providências de Deus (Ec 7.14). Há dois tipos de consolo – o natural e o espiritual. Há um momento em que os cristãos podem desfrutar de ambos, e há um momento quando o consolo natural não pode ser gozado. Mas não há momento algum no qual a alegria espiritual e o consolo de Deus não possam ser experimentados (Fp 4.4). Mesmo nas piores provações que possam vir ao cristão, nós podemos fazer as seguintes perguntas: 1) Por que essas provações nos fazem esquecer do nosso consolo em Deus, uma vez que são passageiras e a nossa alegria em Deus é eterna? 
2) Por que deveríamos ficar tristes, já que nosso Deus está conosco nas provações? Uma única palavra, “Ele me invocará, e eu lhe responderei; na sua angústia eu estarei com ele, livrá-lo-ei e o glorificarei” (Sl 91.15), basta para nos sustentar em todas as nossas tribulações. 
3) Por que não deveríamos pensar na nossa alegria em Deus, já que está tão próxima a hora na qual tristezas serão findas, e nós não sofreremos mais? “E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima (Ap 7.17). 
Se, então, puderem manter sua alegria e conforto em Deus em todas as circunstâncias, tomem cuidado para não ter amor excessivo pelas coisas terrenas. Pensem na segunda vinda do Senhor, e as coisas desse mundo lhe parecerão muito pequenas. Firmem seus corações em coisas eternas e não arrisquem perder o gozo do seu relacionamento com Deus, por causa de alegrias terrenas e passageiras. Se temos muito, ou pouco, das coisas deste mundo, aprendamos a estarmos contentes (Fp 4.6,7). Eu peço aos incrédulos que considerem esses fatos com seriedade. As Escrituras dizem que o inferno é o destino eterno dos ímpios. O fato de ainda estarem vivos, mostra a grande bondade e paciência de Deus para com vocês. Não merecem nenhuma graça, mas a providência prolonga suas vidas. Porventura a pregação do evangelho não significa nada pra vocês, pela qual ainda podem escapar da punição do inferno? O que diriam aqueles que agora estão eternamente perdidos, se pudessem achar-se novamente na mesma situação de vocês? Aos filhos de Deus, eu peço que considerem as misericórdias espirituais e bênçãos que recebem no Senhor Jesus. Uma só dessas bênçãos é suficiente para suavizar todos os seus problemas neste mundo (Ef 1.3). Os problemas que lhes sobrevêm pela providência são necessários para subjugar o pecado que remanesce em vocês. Apesar disso, vocês não acham que ainda têm corações orgulhosos? Entretanto, vejam quão próximos estão do céu. Tenham paciência e tudo estará tão bem com vocês, como seus corações desejam; “...porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos” (Rm 13.11). Medita nestas coisas!

Extraído do livro “Se Deus quiser – Um Estudo sobre a Providência” – John Flavel (1628-1691). Editora PES.

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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

O Novo Homem

O NOVO HOMEM
“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” 2Co 5.17).

“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2Co 5.17). Esta nova criação é uma nova capacidade e faculdade criada em nós por Deus no ato da regeneração. É chamada de “novo homem”, porque envolve uma completa e total mudança da alma, de onde procede toda ação espiritual e moral (Ef 4.24). Este “novo homem” é contraposto ao “velho homem”. Este “velho homem” é a nossa natureza humana corrompida que tem a capacidade e a faculdade de produzir pensamentos e atos malignos. O “novo homem” está capacitado e habilitado a produzir atos religiosos, espirituais e morais. Denomina-se de “novo homem” porque é uma nova criação de Deus (Ef 4.24). Este “novo homem” é criado de imediato, num instante. É por isso que a regeneração, que é uma obra para a vida toda, não pode ser uma mera reforma de vida. É a obra de Deus em nós que antecede todas as nossas obras para com Deus. “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para andássemos nelas” (Ef 2.10). Assim, pois, não podemos produzir boas obras aceitáveis a Deus sem que primeiro Ele produza esta nova criação em nós. A imagem de Deus no primeiro homem não foi uma reforma de vida. Nem foi um padrão de bom proceder. Adão foi criado à imagem de Deus antes que fizesse qualquer boa obra. Esta imagem de Deus era a capacidade e faculdade dada a Adão para viver uma vida tal que manifestasse verdadeiramente o caráter santo e justo de Deus. Tal capacidade e faculdade foi dada a Adão antes mesmo de ele começar a viver para Deus. É verdadeiramente indispensável que o mesmo ocorra também conosco. Primeiro, a imagem de Deus, a qual é o “novo homem”, é novamente criada em nós. Então podemos começar mais uma vez a apresentar em nossas vidas o caráter santo e justo de Deus. Medita nestas coisas!

*Extraído do Livro “O Espírito Santo” – John Owen (1616-1683). Editora Os Puritanos.

Igreja Presbiteriana do Brasil no Champagnat
Rua Desembargador Otávio do Amaral, 885 – Curitiba/PR
(41) 3023-5896
Pastor Efetivo: Rev. Luiz Eduardo Pugsley Ferreira
Pastor Auxiliar: Rev. José Rodrigues de Oliveira Filho